Museu da Pré-História
Diário do Nordeste – ITAPIPOCA
Museu reúne 500 peças fósseis
08.01.2012
O museu de Pré-História de Itapipoca se prepara para ganhar uma sede e receber bolsistas de colégios e universidades
Itapipoca Ao pé da letra, Itapipoca significa pedra lascada. São exatamente essas pedras que dão o nome a esta cidade na Zona Norte cearense e servem como peças de estudos de Paleontologia e Arqueologia. Para tanto, foi criado o Museu de Pré-História de Itapipoca (Muphi), que neste ano ganhará uma sede definitiva. O Museu tem hoje 500 peças fósseis e 70 peças arqueológicas em exposição.
Itapipoca Ao pé da letra, Itapipoca significa pedra lascada. São exatamente essas pedras que dão o nome a esta cidade na Zona Norte cearense e servem como peças de estudos de Paleontologia e Arqueologia. Para tanto, foi criado o Museu de Pré-História de Itapipoca (Muphi), que neste ano ganhará uma sede definitiva. O Museu tem hoje 500 peças fósseis e 70 peças arqueológicas em exposição.
Todo este trabalho do Muphi é contado com entusiasmo pelo diretor do Museu, Sílvio Teixeira. “Era uma tarde de março de 2005, quando o prefeito João Barroso, recém-eleito, chegando de uma visita à localidade sertaneja de Lagoa do Juá, adentrou o gabinete da Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto com dois fragmentos de fósseis em suas mãos. O prefeito perguntou o que era aquilo e o que poderia ser feito com aquilo. Estas duas perguntas foram os pilares de construção do Muphi”, recorda Teixeira.
O diretor do Museu explicou ao prefeito que aquelas peças eram fósseis de animais que viveram em Itapipoca há muito tempo, e que esse tipo de achado estava sendo frequente em grandes fendas no sertão. Foi aí que entrou na história o geólogo Celso Ximenes. Ele havia escavado uma dessas fendas em 2001.
Criação
“Com as habilidades e o conhecimento de Celso Ximenes, foi questão de tempo para que, em 17 de outubro de 2005, o prefeito João Barroso sancionasse a Lei Municipal 52/2005, que criava o Muphi, órgão ligado à Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto”, destaca Teixeira.
Ainda no final de 2005, o Museu realizou sua primeira escavação paleontológica, após um hiato de quase quatro décadas desde a expedição do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Foi no tanque fossilífero Jirau I que, em um jazigo escavado por Celso Ximenes, Sílvio Teixeira, Carlos Santos e Wagner Moura, surgiram mais peças da pré-história de Itapipoca.
Então, o prefeito João Barroso criou, no prédio da antiga rodoviária, um espaço para abrigar o material coletado. A partir daí foi instalado o Departamento do Patrimônio Pré-Histórico de Itapipoca, que já em 2006 teve a importante missão de abrigar fósseis e dar condições para que fossem feitos os trabalhos de higienização, classificação e acondicionamento de uma enorme quantidade de sedimento retirado do Jirau I.
Em 2006,teve início uma bateria de exposições. “Assim começou a disseminação do fazer ciência em Itapipoca”, comemora Sílvio Teixeira. A partir de 2009, atividades como a Semana Nacional de Museus e a Primavera dos Museus passaram a fazer parte do quadro anual do Museu de Pré-História de Itapipoca.
Já 2010 foi o ano em que o Museu mais se projetou em termos de publicação científica, principalmente por pesquisas realizadas a partir de uma nova triagem do material fóssil por Sílvio Teixeira e a identificação de mil peças pela equipe formada pelo professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, Cástor Cartelle, pelos paleontólogos Celso Ximenes, Felipe Augusto Monteiro, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Luciano Vilaboim, da PUC-Minas Gerais.
Em 2007, o Muphi se mudou para o Shopping Clacita, onde está até hoje. Para 2012, há a promessa de uma sede definitiva, que está nos planos da Prefeitura. Celso Teixeira informa com entusiasmo um edital ganho junto ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
Projeto
“A partir de agora, de janeiro até dezembro, o Ibram está contemplando Itapipoca com um projeto no valor de R$ 127 mil. O valor vai nos permitir ter 30 monitores, sendo 20 universitários do Curso de Biologia e dez secundaristas do Liceu de Itapipoca, que vão ser bolsistas”, afirma.
“A partir de agora, de janeiro até dezembro, o Ibram está contemplando Itapipoca com um projeto no valor de R$ 127 mil. O valor vai nos permitir ter 30 monitores, sendo 20 universitários do Curso de Biologia e dez secundaristas do Liceu de Itapipoca, que vão ser bolsistas”, afirma.
Os universitários irão receber R$ 200 por mês para estudar a Paleontologia e a Arqueologia, no caso os alunos do Curso de Biologia. E o pessoal do Liceu, que são os secundaristas, vão ser treinados para serem guias turísticos, segundo informa.
Com este projeto, o Muphi fará, durante o ano, várias exposições itinerantes nas escolas e várias palestras utilizando os monitores. E o projeto do Ibram prevê mais: “Ao longo do ano, vamos fazer ainda uma filmagem dentro desse projeto que vai ser apresentada no final do ano. E junto vai publicado um livro meu chamado ´Caminhos da Megafauna´. Ao fim do projeto, nós vamos fazer um encontro regional de Paleontologia e Arqueologia de Itapipoca”. O edital do Ibram, que é de renovação de museus, vai culminar com a instalação da sede definitiva do Museu de Pré-História de Itapipoca. (LB)
Acervo
70 peças arqueológicas, que são utilizadas em pesquisas e exposições, também estão presentes no Museu de Pré-História de Itapipoca.
Comentários
Postar um comentário