Neymar & Robinho

Robinho deve vestir a camisa do Santos em 2013. Pelo menos é essa a crença do presidente do time santista, Luís Álvaro Oliveira. De passagem por Fortaleza, onde na madrugada desta terça-feira (11), recebeu o Troféu Jornalista Flávio Ponte, como personalidade esportiva nacional do ano de 2012, Álvaro revelou, que dentro de dez dias deve fechar a contratação de Robinho junto ao Milan. Robinho, na visão de Álvaro Oliveira, vem para jogar ao lado de Neymar na temporada 2013, "para o Santos ser campeão brasileiro, que é a nossa obsessão para o ano que vem". Segundo Álvaro Oliveira ainda há um diferença grande de números para contratar Robinho, "mas tem uma esperança de que nos próximos dez dias a gente chegue a uma conclusão favorável".

Álvaro Oliveira reconheceu que a diretoria santista falhou em não ter feito um elenco de mais quantidade para a temporada 2012 e garantiu um elenco de valor para o ano que vem. Revelou ainda que Neymar jogará no Santos pelo menos até 2014, "mas com esperança de ele ficar até a Olimpíada de 2016" 

Eis a integra da entrevista que Luís Álvaro Oliveira concedeu em Fortaleza com perguntas feitas pelos repórteres Lauriberto Braga e Sérgio Ponte.

O Santos vai se reforçar para 2013?

Luís Álvaro Oliveira - Nós sofremos este ano de 2012 no Campeonato Brasileiro, porque tivemos muitos desfalques, tanto pelas convocações exageradas para Seleção Brasileira como também pelas contusões. A experiência que a gente adquire que é a gente tem que ter um elenco mais numeroso. É certo que a gente tem um time da base muito afiado e o Muricy Ramalho (treinador) deve aproveitar alguns nomes que foram campeões paulistas há uma semana atrás. Mas a gente está trazendo outros jogadores também. O Santos tem como obsessão ganhar o título de campeão brasileiro de 2013, pois é um título que desde quando eu assumi ainda não consegui. Foram seis títulos em três anos, mas falta o do Brasileiro.

Quais são os nomes que o Santos está trazendo?

Luís Álvaro Oliveira - Não dá pra gente falar no meio da negociação, porque o que tem de gavião rondando as escolhas do peixe você não faz a ideia. Basta o Muricy olhar muito tempo para um lateral para no dia seguinte começam a pipocar propostas em cima do jogador. Então a gente prefere trabalhar à mineira, em silêncio, e quando a contratação estiver efetuada ai a gente revela.

Tem muito gavião atrás do Neymar?

Luís Álvaro Oliveira - Pois é, o Neymar ajuda a atrair bons atletas. Vou falar um nome, porque este todo mundo sabe, o Robinho. O Robinho quer voltar a jogar no Brasil, quer voltar a jogar com o Neymar. Estamos conversando. Eu estive lá na Itália conversando com o presidente do Milan. Há uma diferença ainda muito grande de números, mas a gente tem uma esperança de que nos próximos dez dias a gente chegue a uma conclusão favorável. 

O assédio para levar Neymar para o futebol estrangeiro continua?

Luís Álvaro Oliveira - Não vendemos o Neymar. Não vendemos pelo seguinte: o Neymar no Santos rende muito mais do que qualquer cheque. Nós crescemos dois milhões de torcedores nos últimos dois anos, de acordo com uma empresa de pesquisa independente. Isso é um valor que se agrega ao patrimônio do Santos e é impenhorável que não tem tamanho. O dinheiro do jeito que ele entra, ele sai. Precisa de dinheiro quem gasta mais do que arrecada. Esse não é o caso do Santos. Hoje Santos é um dos poucos clubes brasileiros superavitário. Então a gente mantém o Neymar no Santos no mínimo até 2014. Mas com esperança de ele ficar até a Olimpíada de 2016.

O Neymar quer ficar e porque o Santos recusou a oferta dos espanhóis?

Luís Álvaro Oliveira - Quer, porque  muito mais importante do que isso foi o serviço que nós prestamos ao jogador. O Neymar é um homem feliz. Sorridente. Ele não joga futebol por obrigação. Ele joga por prazer. E essa alegria, essa molecagem e esse talento enchem os olhos de nós brasileiros. O Santos tem outro lema. Quando resolvemos recusar um cheque de 60 milhões de euros oferecido pelos espanhóis eu de certa forma incorporei cada um dos brasileiros. Cada um dos brasileiros desse País. Não era mais época de se olhar o nosso Brasil como uma colônia estrangeira. Não éramos mais meros exportadores de matéria prima. A Petrobras, empresa modelo do Brasil pesquisa petróleo no Mar do Norte, no Golfo Pérsico e no Novo México. Não é mais uma pequena empresa brasileira fundada na década de 1950. Nós somos o segundo maior produtor de alimentos do Mundo. Nossa fotossíntese em 300 dias de sol nos faz o celeiro do Mundo. Não tinha portanto, porque no caso do futebol, nós pentacampeões mundiais, nós que em 1958 apresentamos ao Mundo o talento inenarrável de um Pelé, dando um chocolate nos suecos na sua própria casa; nós não podíamos nos render a tentação fácil de mandar o Neymar embora. Neymar está aqui. Está feliz debaixo dos olhos de cada um dos brasileiros e em 2014 os brasileiros vão ver a diferença de que é o jogador comprometido com o seu País e com a nossa torcida.

Como estão as negociações para essa permanência de Neymar?

Luís Álvaro Oliveira - A gente tem conversado muito com o pai do Neymar. E o pai dele vê no sorriso estampado nesse quase moleque de 20 anos de idade o quanto ele estar feliz em jogar aqui, junto dos seus fãs.

O Neymar pode se tornar um mito?

Luís Álvaro Oliveira -  Ele é um jogador talentoso e se aproxima daquela ideia que a gente tinha do ídolo virar mito. Como já tinha acontecido com Pelé. Pelé deixou de jogar há 40 anos e no entanto se entrasse aqui neste evento todos nós nos levantaríamos para aplaudi-lo de pé. Esse é o mito. E é assim que a gente pretende que o Neymar se transforme, trazendo o título de 2014 para os brasileiros e vindo jogar quem sabe no novo Castelão, essa obra maravilhosa que vai ser inaugurada no dia do meu aniversário (próximo domingo, dia 16). E estarei aqui presente.

Como o senhor administra o Santos para ele ser superavitário?

Luís Álvaro Oliveira - A gente administra um colegiado. Sou apenas a ponta superior do iceberg. Junto comigo tem um grupo de profissionais desde os atletas, passando pela comissão técnica, passando pelos funcionários, passando por um comitê de gestão que a gente implantou pioneiramente no Brasil. Trazendo para cá os mais brilhantes empresários que ajudam a pensar o Santos não apenas como um empresa, pois o clube de um futebol não é uma empresa. Mas você não pode deixar de estar com olhos no fluxo de caixa e outro nos anseios da torcida. Fazer essa ponte e essa síntese é obrigação coletiva. E nós somos um grupo e eu sou apenas a parte mais explicita.

O senhor faria um comparativo da participação do Santos no Mundial Inter Clubes no ano passado com a participação do Corinthians este ano.

Luís Álvaro Oliveira - O Santos ano passado enfrentou um osso muito duro de doer. O Barcelona estava numa noite impecável. Tenho impressão que dificilmente algum time no Mundo conseguiria fazer frente aquele toque mágico que o Barcelona demonstrou. O Corinthians vai enfrentar uma pedreira porque não é fácil enfrentar times que vêm motivados para ganhar. E o Chelsea não vai fugir a regra. Mas eu acho que o Corinthians representa o futebol brasileiro e os brasileiros vão estar com o Corinthians . Eu acho que vai ser uma luta, mas o Corinthians tem time, tem conjunto e tem treinador.