Wilson Medeiros
Voltei há pouco tempo da cobertura da missa e do sepultamento do padre Elvis marcelino na igreja do Piamarta, no Montese, e no parque da Paz. Entrevistando o arcebispo de Fortaleza, Dom José antônio, perguntei se o sentimento da igreja era de pedir justiça. Antes mesmo de que eu terminasse a pergunta, ele me cortou e, em tom altivo, foi taxativo dizendo "O sentimento é de pedir misericórdia. Que as pessoas acreditem que tem perdão, que tem amor. Essa coisa de justiça, de 'bateu levou' tem que acabar. isso não transforma a vida de ninguém. As prisões estão cheias e sai sempre mais bandido. Não é assim que se cura a violência da sociedade. A violência da sociedade se cura curando corações humanos. Isso é que precisa ser feito". Foi, realmente, de uma grandiosidade admirável, mas, confesso, se fosse com uma pessoa da minha família ou com um amigo próximo, não sei se teria tal grandiosidade. Sem (graças a Deus) ter passado por isso, penso que minha reação poderia ser qualquer uma, menos de perdoar e esquecer.
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