O ex-ministro Ciro Gomes falando a rotarianos, em Fortaleza, fez uma previsão nada animadora para a crise econômica mundial. Ciro Gomes prevê que a crise ainda vai durar pelos próximos dez anos. Ele destaca que a taxa de desemprego na Europa entre jovens de 18 a 25 anos chega a 42%. "A pujante China de quem se esperava ser a locomotiva para a metade do século começa a claudicar e nós outros que não fizemos o dever de casa, como a Argentina, Chile, Colômbia, Brasil, a América Latina vamos apanhar muito fortemente", afirmou.
Ciro criticou "a política brasileira que se dissociou da sociedade. Ela alienou-se da responsabilidade reais para com o povo e isso se transforma num colapso de legitimidade operacional das nossas instituições. Não é pouco grave a nossa situação".
Ciro Gomes falou em seguida, que falta a presidente Dilma Rousseff mudar sua “sofrível” equipe e que o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, já dá sinais de enfraquecimento sobre à sucessão de Dilma em 2014.
O ex-ministro condenou ainda o aumento da taxa Selic e alarmou que ao final de 2013 o Brasil chegará a um deficit externo de US$ 70 bilhões. Ciro ainda reclamou que Dilma deve evitar "a retórica" e dar uma resposta prática a promessa da Refinaria Premium II para o Ceará.
O que falta ao Brasil para sair da crise econômica?
O que falta ao Brasil é uma estratégia de desenvolvimento com começo, meio e fim. Mas o agudo ai são as contas externas do País. O passivo externo líquido do Brasil e o déficit das transações do Brasil com o estrangeiro em todas as contas, o que os economistas chamam de transações correntes é dia após dia o maior da história. Desde que se mede este índice em 1947. Este ano nós vamos nos aproximar de setenta bilhões de dólares. Isso é o que causa a desvalorização do real e isso é o que causa a inflação. Não é essa maluquice do Banco Central entender no auge de uma depressão econômica, que nós estamos vivendo, de aumentar a taxa de juro para contrair demanda. Isso é ridículo. Se não fosse criminoso.
A crise mundial que o senhor prevê que dure mais dez anos vai atingir o Brasil nesse período?
O Brasil tem margens que outros países não têm. Mas a partir da concepção de que hoje está em vigor na América do Norte e na Europa é improvável que antes de dez anos você supere essa crise.
A candidatura de Eduardo Campos está morrendo?
Não. Ele segue insistindo na ideia de que é própria a candidatura. De qualquer forma nós estamos numa posição menos ofensiva do que no passado, no que de qualquer forma atende a minha preocupação. A minha preocupação é se nós temos candidato nós temos que responder duas perguntas: por quê a partir da ideia de quando a Dilma era ninguém, desconhecida e o Lula encerrava um ciclo nós não apresentamos candidato; e para que? Porque o Brasil não quer Chico, Manoel ou Toim. O Brasil quer uma proposta que se ofereça para garantir o espaço conquistado mas avance muito além daquilo que hoje nós temos. E especialmente que represente uma ruptura com os maus costumes da política brasileira, com a ladroeira, que represente uma inversão de prioridades para que se cuide da economia do País, da Educação do nosso povo, da segurança de nossa população; e da saúde da família brasileira.
A queda da popularidade da presidente Dilma a enfraquece para a tentativa de reeleição?
O povo não é burro. E o povo brasileiro não quer volta ao passado. O povo brasileiro quer avançar. Isso eu não tenho a menor dúvida. Nesse momento a bola está com a Dilma. Ela que precisa reformar seu governo. Mudar essa equipe, que é sofrível. E sinalizar para uma estratégia que responda esses anseios. Porque a população ainda tem por ela uma menção muito positiva.
O senhor vai pressionar a presidente Dilma pela Refinaria prometida para o Ceará?
O Lula prometeu e a Dilma prometeu também. E o tempo da Dilma entregar essa obra esta se exaurindo. E é absolutamente justo porque faz parte do acordo que nós cearenses fizemos de dar a ela 86% dos votos é que ela resgate os compromissos. E a Refinaria é um imperativo desse acordo que foi feito, desse pacto que foi feito. De maneira que nós confiamos nela, mas queremos uma resposta prática. Sem retórica.
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