O longa-metragem ficcional “Os Pobres Diabos”, roteirizado e dirigido pelo cineasta cearense Rosemberg Cariry, foi eleito o Melhor Filme pelo Júri Popular do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A cerimônia de encerramento, que aconteceu na noite de terça-feira (24) no Cine Brasília, anunciou os curtas e longas vencedores dessa edição. Na ocasião, a produtora executiva Bárbara Cariry recebeu o cobiçado Troféu Candango e o prêmio de R$ 30 mil em nome da equipe do filme. A obra também venceu o Prêmio Exibição TV Brasil de Melhor Longa no valor de R$ 50 mil e entrará para a grade da emissora.
Além do público que compareceu à exibição de “Os Pobres Diabos” no Cine Brasília, espectadores de cinco cidades satélites também votaram no filme: Sobradinho, Guará, Gama, Ceilândia e Taguatinga. “Estamos muito honrados em receber esses prêmios, já que o Festival de Brasília é um dos mais importantes do País. É satisfatório saber que o filme caiu no gosto popular, mesmo após os problemas técnicos que enfrentamos no primeiro dia de exibição do longa”, afirma Bárbara Cariry.
“Os Pobres Diabos” foi exibido na abertura da Mostra Competitiva, no dia 18 de setembro, e teve a sessão interrompida. O equipamento do festival para exibição de filmes no formato DCP (Digital Cinema Package) apresentou problemas que levaram ao travamento do filme, que teve a exibição reagendada para o dia 20 de setembro. O longa competiu com outras cinco produções nacionais que experimentaram diversas formas de realização audiovisual.
O resultado demonstra o forte apelo popular da história, que acompanha a difícil jornada dos artistas e trabalhadores de um pequeno circo lutando pela sobrevivência, permeada de aventuras e desventuras dos anti-heróis picarescos inspirados nas artes populares. “Vemos que o espetáculo continua, apesar de todas as dificuldades. O filme tem um espírito bem humorado, mas esbarra em uma dura realidade que se encaminha, no final, para uma tragicomédia”, afirma Rosemberg Cariry.
“Os Pobres Diabos” é estrelado por Silvia Buarque, Chico Diaz, Everaldo Pontes, Gero Camilo, Zezita Matos e grande elenco. Este é o 12º longa-metragem de Cariry e marca o seu retorno à ficção após realizar os documentários “Patativa do Assaré, Ave Poesia” (2007) e “Cego Aderaldo – O Cantador e o Mito” (2012), entre outros. Após o Festival de Brasília, o filme continuará no circuito de festivais nacionais e internacionais. O lançamento comercial está marcado para o segundo semestre de 2014.
Sobre “Os Pobres Diabos”
O “Gran Circo Teatro Americano” perambula por pequenas cidades dos sertões, até chegar à cidade de Aracati, onde monta uma peça teatral. No cotidiano do circo, acontecem aventuras, nas quais os personagens agem ao modo picaresco dos anti-heróis da literatura de cordel e do romanceiro popular. As dificuldades se acumulam, mas a arte ajuda a superar desventuras e tragédias. O espetáculo não pode parar.
Sobre Rosemberg Cariry
Filósofo de formação, cineasta por vocação, Antônio Rosemberg de Moura, de nome artístico Rosemberg Cariry, nasceu em Farias Brito – Ceará, no ano de 1953. Realizou doze filmes de longa-metragem, entre eles “Corisco e Dadá” e “O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto”. Paralelamente à sua atividade de cineasta, Rosemberg Cariry desenvolveu todo um trabalho como escritor, poeta e pesquisador das culturas populares, tendo publicado vários livros.
Um traço marcante da obra de Rosemberg Cariry é a busca sempre renovada das fontes e dos encontros culturais: procura extrair o universal do particular, estabelecer ligações entre as diferenças culturais e, em particular, entre as formas eruditas e populares. Assim, o seu trabalho, profundamente imerso na cultura no Nordeste do Brasil, chega ao universal, por meio de uma dimensão essencialmente humanista.
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