"Não serei candidato a nada em 2014 e prevejo que a presidente Dilma Rousseff terá muitas dificuldades para se reeleger em primeiro turno". A declaração em tom de análise e informação para as eleições de 2014 é do hoje secretário cearense de Saúde, Ciro Gomes. Ex-ministro, ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará, ex-deputado federal e por duas vezes candidato à presidente do Brasil, Ciro Gomes concedeu entrevista para este blog, nesta sexta-feira (13), quando participava de uma confraternização da Assembleia Legislativa com a imprensa, em Fortaleza.
Calmo, mas duro em suas críticas a atual situação brasileira, Ciro sentado por mais de meia hora com o Blog foi enfático: "A Dilma que abra do olho. A eleição não será fácil, no que pese a Marina ser rasa e o Aécio não ter projetos". Eis a entrevista de Ciro Gomes:
- O PPS se uniu ao PSB. O presidente do PPS, Roberto Freire criticou o senhor pela sua saída do PPS e ida para o PSB.
- Ciro Gomes - Não estou a fim de comentar isso não. Mas essa do PPS apoiar o PSB é um acordo paroquial de Pernambuco. Eu cansei de avisar. E é uma coisa que antes de mais nada conspira contra o Ceará. Claramente.
- A eleição de Dilma pode ser definida no primeiro turno?
- CG - Não nenhuma chance. Essas pesquisas representam muito mais notoriedade do que predileção. A presidente Dilma enfrentará uma campanha dura, difícil. É um governo que tem grandes dificuldades. A economia não vai bem, mas a sorte da presidente Dilma é que ela vai enfrentar projetos pessoais. O Eduardo não será candidato. A candidata será a Marina. E ela não tem rigorosamente não tem nenhuma resposta para o Brasil. É rasa. Absolutamente epidérmica. Representa ai uma difuso moralidade. Representa um número difuso amor à natureza que não há a menor praticidade É porque ninguém duvida que o Fernando Henrique seja honesto ou desonesto. Todo mundo sabre que o Fernando Henrique é honesto. Que o Lula é honesto. Que a Dilma é honesta. O problema não é ai. O problema é a vulnerabilidade institucional do Brasil. É a corrupção. E mais do que isso é a impunidade que é o prêmio da corrupção. E que nós estamos ai celebrando meio exageradamente. Porque é não é o fim de impunidade. Infelizmente o mensalão é um espetáculo midiático. Embora acredito que o Supremo andou certo. Fez justiça. Mas a vulnerabilidade do Brasil à corrupção é muito mais complexa e grave do que essa conversa mole da Marina. Enfim.
- E o Aécio Neves?
- CG - O Aécio não representa uma ideia sequer que eu conheça. Eu conheço. Ok, meu amigo, inclusive. Estou arriscado a incompreendido por ele e pela Marina, que são pessoas queridas minhas. A Marina foi uma colega no Ministério. Mas eu falo como brasileiro preocupado com o País. O Governo não está bem e a Oposição tudo que sabe fazer é esse discurso raso, superficial sem oferecer uma ideia sequer para a gente pelo menos considerá-la. É muito grave. Há tem corrupção. Ai a turma do PT diz que tem a corrupção do Metrô de São Paulo. Tem o Mensalão Mineiro. Tem...e o País fica nessa. Perplwxo com problemas gravíssimos de segurança pública. Não uma ideia em debate no País. Não há uma iniciativa do poder central brasileira nem na questão na presença do Ministério Público, nem do Judiciário nesse assunto. Nem efetividade no controle de fronteiras para enfrentamento do narcotráfico, contrabando de arama. Uma iniciativa sequer. Se não há iniciativa no Governo, na Oposição só há lambança. Isso o País não aguenta. A Dilma quando foi candidata, o Serra empurrou para cima dela um debate completamente falso, mistificador, fascista, sobre aborto. E O Brasil não aguenta isso. Não aguenta mesmo.
- E o Serra ainda pode derrubar a candidatura Aécio?
- CG - Há uma remota possibilidade que é dado que a Marina seja candidata, o Aécio vai para um remoto terceiro lugar. E como ele não tem o apetite, o pique de trabalho, nem sequer o amor à Pátria, que algumas outras pessoas tê; é possível remotamente, que ela abra mão para o Serra.
- Quer a eleição está em aberto?
- CG - Em síntese a sucessão brasileira está em aberto. A Dilma é favorita, menos por afirmação e mais pela negação. E população sabe que tem uma coisa muito errada, mas ela sabe também que esse grupo que está no poder é quem garantiu a evolução do Salário Mímimo, do Crédito, da Rede de Proteção Social. É um conjunto de iniciativas de políticas administrativas que abriu caminho para os jovens, para os negros e para os pobres entrarem na Universidade. E são coisas que não suficientes, estrategicamente para o Brasil, mas a população não quer ver substituída por alguém que negou isso no passado.
- A Refinaria Premium II ainda vem para o Ceará no mandato de Dilma?
- CG - Tenho todas razões do mundo para acreditar na presidente Dilma, que renovou agora recentemente publicamente o compromisso, mas hoje eu tenho uma profunda desconfiança da atitude da Petrobras. Acho que se nós não lutarmos, nós cearenses todos, independente de grupo partidário e disso eu saúdo muito fortemente a iniciativa da Assembleia de mostrar para a população do Ceará, como de um todo, a importância estratégica desse empreendimento para o Ceará. A Refinaria vai duplicar a arrecadação de ICMS que quer dizer duplicar os recursos para segurança, para a educação, para saúde, duplicar os recursos para todas nossas grandes funcionalidades, fora o impacto estratégico da duplicação, praticamente,do PIB do Ceará. E eu acho que a Petrobras nesse momento está nos enrolando. A gente precisa fazer esta luta para que Brasília liberar, se não a gente não consegue este empreendimento.
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