Alegria, serpentina e fantasias a postos que o Carnaval já pede passagem, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. No dia 22 de fevereiro, a Praça Verde ganhará ares e energias carnavalescas com o Baile à Fantasia do Dragão. Quem dita o ritmo da folia são os metais e batuques da Orquestra Contemporânea de Olinda junto d’Os Transacionais e dos blocos As Gata Pira e Afoxé Acabaca. As fantasias também serão uma atração à parte, com direito à premiação dos mais criativos trajes.
Com a força e beleza da cultura negra, o bloco Afoxé Acabaca abre a festa às 18 horas, entoando os mantras afros com seus atabaques, xequerês e agogôs. Numa cadência marcante, o bloco promete preparar as energias da Praça para a folia carnavalesca. Na sequência, As Gata Pira sobem beleza e animação ao palco. Paula Tesser, Natasha Faria e Soledad Brandão são as três cantoras da linha de frente do bloco a defender em alto e bom som marchinhas, baiões, frevos e pérolas inesquecíveis da música popular brasileira.
Às 21 horas, a Orquestra Contemporânea de Olinda entra em cena com a diversidade sonora de Pernambuco misturada aos ritmos do mundo. A big band olindense mostra o show “Pra ficar”, com o repertório dos dois álbuns da banda (Orquestra Contemporânea de Olinda, de 2008; e Pra Ficar, de 2012). O arremate do Baile à Fantasia do Dragão do Mar fica por conta d’Os Transacionais, que levam à Praça Verde o melhor da música retrô carnavalesca do País. A banda, desde 2013, faz o pré-carnaval do Dragão, com o Bloco Chão da Praça.
De acordo com a diretora de Ação Cultural do Dragão do Mar, Fátima Souza, a diversidade de ritmos que farão o baile é um retrato da pluralidade carnavalesca que tem se consolidado, ano a ano, na cidade. “Maracatus, afoxés e novos blocos têm crescido e atuado juntos no Carnaval de Fortaleza. Ao mesmo tempo, a Orquestra Contemporânea de Olinda representa um intercâmbio com um dos carnavais mais tradicionais do Brasil”, explica a diretora.
Além dos espetáculos diversificados do palco, os foliões na praça devem compor uma atração à parte com as fantasias. O convite é para que todos venham fantasiados como a criatividade mandar, porque as melhores fantasias serão contempladas com um prêmio surpresa ao fim da festa. “O Baile à Fantasia do Dragão se propõe a retomar o prazer dessa brincadeira do Carnaval, retomar a ideia dos tradicionais bailinhos de carnavalescos. Para incentivar a onda da fantasia, vai ter até concurso do figurino mais criativo”, diz Fátima Souza.
SERVIÇO
Baile à Fantasia do Dragão do Mar
Quando: 22 de fevereiro
Hora: a partir das 18 horas
Onde: na Praça Verde, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
Compre na bilheteria do Dragão (funcionamento de terça a domingo, das 14 às 20 horas) ou no site www.bilheteriavirtual.com.br.
Classificação etária: 16 anos.
Carnaval da Criançada
Tradicional baile infantil acontece em 23 de fevereiro
Depois do Baile à Fantasia do Dragão, é a vez de a criançada fantasiada fazer a festa na Praça Verde do Dragão do Mar. O tradicional Bailinho Infantil de Carnaval será realizado no dia 23 de fevereiro, às 17 horas, e é gratuito. Quem vai fazer a folia dos pequenos é o espetáculo Joana Joaninha – O besourinho que canta e conta histórias.
A apresentação vai carnavalizar o baile com um repertório de canções infantis de Carnaval. Nas letras, histórias de fantasias de índio, piratas, danças e brincadeiras do universo das crianças durante as festas de Carnaval, além de canções infantis do domínio público, mas em ritmo de carnaval. O show baseia-se na publicação do grupo “Palavra Cantada”.
Logo depois de Joana Joaninha, é a vez de a musicalidade do Maracatu Solar apresentar o espetáculo Loas, Batuques e Coração, às 18h30. Regida pelo artista Descartes Gadelha e com voz e composições do Pingo de Fortaleza e Calé Alencar, a apresentação traz a coroação das rainhas dos maracatus Solar, Az de Ouro, Vozes D’ África, Nação Baobab, Nação Fortaleza e Nação Iracema.
SERVIÇO
Baile Infantil de Carnaval
Dia: 23 de fevereiro
Hora: às 17 horas.
Onde: Praça Verde
Gratuito
MAIS SOBRE AS BANDAS
Orquestra Contemporânea de Olinda
Destaque no cenário nacional e forte representante da diversidade sonora de Pernambuco, com misturas de ritmos do mundo, a Orquestra Contemporânea de Olinda apresenta, em Fortaleza, o show “Pra ficar”, com o repertório dos dois álbuns da banda (Orquestra Contemporânea de Olina, de 2008; e Pra Ficar, de 2012). Esta será a primeira apresentação do grupo sob patrocínio da Petrobras, que garante até 2015 o mínimo de 32 shows pelo Brasil, além da gravação do terceiro disco de carreira, a ser lançado no segundo semestre de 2014.
A Orquestra Contemporânea de Olinda é formada por dez músicos. Idealizada pelo percussionista Gilú Amaral (apontado por Naná Vasconcelos como um dos mais criativos nomes da nova geração), o grupo traz como marca duas das maiores “escolas” de referência da música pernambucana: a percussão e os sopros (com um quarteto de tuba, sax, trompete e trombone) liderados pelo maestro Ivan do Espírito Santo, todos provindos da primeira escola profissionalizante de música de Pernambuco, o Grêmio Musical Henrique Dias (1954), em atividade ininterrupta até hoje. Unem-se a eles, ainda, baixo, microkorg, guitarra, rabeca e um duo de vozes masculinas, numa formação surpreendente e nada convencional.
Quem toma conta da musicalidade são conceituados músicos pernambucanos, muitos com trabalhos solo e que já estiveram em projetos como Otto, Mundo Livre S/A, Bonsucesso Sambaclube, Academia da Berlinda, entre outros. São eles: Gilú Amaral (percussão), Rapha B (bateria), Hugo Gila (baixo e microkorn), Juliano Holanda (guitarra), Maciel Salú (rabeca e voz), Tiné (voz e percussão fina), Maestro Ivan do Espírito Santo (sax e flauta), Daniel Marinho (trompete e flugelhorn), Babá do Trombone (trombone) e Alex Santana (tuba).
Os Transacionais
Com o já festejado Bloco Chão da Praça, Os Transacionais vão encerrar a temporada do Carnaval no Dragão do Mar. A banda promete levar ao Baile à Fantasia do Dragão as músicas que mais fizeram sucesso durante as apresentações do Bloco Chão da Praça, durante as quintas-feiras de pré-carnaval do Dragão, no Espaço Rogaciano Leite Filho. O repertório de Carnaval dos Transacionais une o Brasil das décadas passadas através de frevo, galopes, afoxés, marchinhas e cirandas, numa peregrinação que vai de Olinda a Salvador, passando pelos bailes cariocas e as praias cearenses.
Os Transacionais surgem com a proposta de resgatar o melhor da música brasileira produzida nas décadas de 1960 e 1970, indo do iê-iê-iê ao rock psicodélico, passeando pelo samba-rock e carimbó, unindo a peculiaridade do brega à descontração da guitarrada. Os Transacionais têm, em seu currículo, apresentações em vários bares, casas noturnas de Fortaleza e festivais, como: "Abertura do Carnaval 2013", "Mostra SESC Cariri de Culturas", "Festival Internacional de Biografias", "Cine Ceará", "Curta Canoa", "Oktober Fest Guaramiranga", "Abertura das Férias", "Festival Nordestino de Teatro – Guaramiranga", "FUI 2009 – Ibiapaba", "BNB Rock Cordel", Carnaval de Fortaleza (2010/2011/2012)", "Festival das Juventudes" (Fortaleza e Quixadá), entre outros, além de fazer a abertura de shows de artistas de renome nacional como Alceu Valença, Crioulo, Guilherme Arantes, Sidney Magal e etc. Recentemente, diversas são as temáticas dos espetáculos musicais dos Transacionais, realizando shows em homenagem ao Rei Roberto Carlos, Arraiá Transacional e Carnaval Transacional.
As Gata Pira (foto)
Se Carnaval e beleza são fundamentais, o bloco As Gata Pira pede passagem pelo segundo ano consecutivo. Seu diferencial, entre os tantos outros blocos que desfilam e agitam a cena carnavalesca em Fortaleza, está tanto na composição de vozes e instrumentos, quanto na escolha e inovação do repertório. Para começar, três cantoras na linha de frente, defendendo em alto e bom som tanto marchinhas, baiões e frevos quanto pérolas inesquecíveis da música popular brasileira: Paula Tesser, Natasha Faria e Soledad Brandão, todas com carreira-solo em ascensão na cidade, sobem ao palco juntas para puxar o coro feliz de canções tão semelhantes e díspares quanto Frevo Mulher e Festa do Interior ou Yes, nós temos bananas e As Cantoras do Rádio.
Eletrizante e surpreendente também é a formação da banda que acompanha o trio elétrico de fina estampa, reunindo alguns dos principais músicos da cidade, igualmente reconhecidos e festejados em suas carreiras independentes: Marcos Vitoriano, Oscar Arruda, Moacir BD, Nilton Fiori, Denilson Lopes e Fábio Amaral embalam a festa com novos acordes dissonantes para clássicos de antigos carnavais e novidades recém-surgidas na geleia geral da música tupiniquim.
O bloco fez de 2013 uma festa, apresentando-se no São João da Casa José de Alencar e do bar Kukukaya; na Bienal Internacional de Dança do Ceará, em outubro último e no Festival de Teatro Popular de Fortaleza, ocupando a Praça do Ferreira, em novembro passado. Já em 2014, na abertura da Bienal Internacional de Dança do Ceará - Estação Férias, deu o ar da graça no dia 29 de janeiro, aquecendo os tamborins na Praça do Ferreira. E assim será até março chegar.
Afoxé Acabaca
Desde o final do século XIX, havia uma forma de divertimento dos negros escravizados que buscavam preservar o patrimônio religioso ao mesmo tempo em que se constituía um repertório afro-brasileiro, os afoxés. O afoxé é um cortejo de rua de origem jejê-nagô, com poder ritualístico e que, tradicionalmente em desfile carnavalesco, reúne um grande número de afrodescendentes, simpatizantes e religiosos de cultos de matrizes africanas, dando-lhes a oportunidade de relembrar a cultura, os aspectos místicos e mágicos dentro dos rituais de seus ancestrais.
A força do bloco de afoxé está na cultura negra, na beleza e na harmonia de sua plasticidade ritmada por ágeis mão negras que entoam mantras afros com seus alabês, em três tipos de atabaques: o Rum, o Rumpi e o Lé. Os ritmos são acompanhados por xequerês e agogôs, em Ijexá de cadência marcante. Esses são os únicos instrumentos utilizados em um afoxé de raiz, que é o que propõe o Afoxé Acabaca.
O grupo artístico do Afoxé Acabaca para shows e apresentações de palco, traduzindo com fidelidade a manifestação, é formado por 18 integrantes e já virou tradição no desfile de Carnaval de Rua na Avenida Domingos Olímpio.
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