4. UMA FACA DE MUITOS GOMES
Com base no apurado das avaliações que vicejam no mercado político, vamos a alguns pontos para explicar a lógica que, no momento, rege o Pros. Uma unanimidade: a decisão será familiar. Ou seja, os irmãos Gomes é que batem o martelo. Mas, nota-se que as preferências entre eles estão diluídas.
Ivo Gomes trabalha abertamente para Izolda Cela, sua companheira de trabalho na educação de Sobral e do Estado e, ainda por cima, esposa de Veveu Arruda, o petista-cidista a quem o deputado Ivo pretende suceder em Sobral como prefeito em 2016.
Ciro Gomes dispõe de três opções. Pela ordem de preferência: Leônidas Cristino, Mauro Filho e Zezinho Albuquerque. São três velhos amigos de geração política e administrativa. Ciro, é claro, trabalhará para emplacar um companheiro de sua confiança.
Mas, é o governador Cid Gomes quem tem mais motivos para fazer um sucessor que não destrua ou se aproprie de seu legado. Esfinge, introspectiva, a cabeça do governador é a mais difícil de ser lida. Porém, com base na sequência de acontecimentos, não seria arriscado afirmar que Cid pode bandear-se para o lado de Domingos Filho.
Foi Domingos o escolhido pessoalmente por Cid para ser o seu vice. Antes, em 2006, foi o então deputado que trabalhou com ardor para colocar o PMDB no palanque de Cid, que, naquele momento, era um concorrente com poucas chances de bater o bem avaliado governador Lúcio Alcântara.
Mas, e os episódios recentes dando conta do suposto desconforto do governador com Domingos? Os dias seguintes àquela reunião emitiram alguns sinais. O principal: em visita ao O POVO, Cid tanto desmente abalos com Domingos como reafirma que o vice se mantém no páreo entre os pré-candidatos.
Por fim, na mesma entrevista, Cid ainda culpou terceiros pelos supostos problemas na relação ao dizer o seguinte: “estão querendo fazer intriga” (entre ele e Domingos). Dias depois, na data em que fazia 51 anos, o governador saiu de Sobral para Tauá. Foi participar de uma festa político-familiar preparada por Domingos. São sinais consideráveis.
5. A LÓGICA DA DECISÃO
E então, como se definirá o candidato governista? Eis a questão. É bem possível, e até provável, que os Ferreira Gomes adotem o tradicional estilo de escolha entre si e arrisquem a eleição com base tão somente na aprovação da gestão de Governo, que dizem ir muito bem obrigado.
Outra hipótese é ouvir os demais partidos parceiros, as pesquisas quantitativas e qualitativas e, como já tratei aqui, escolher a candidatura que reúna as melhores condições de vencer o pleito sem ampliar o risco iminente. É a lógica de escolha mais racional e política.
Outro ponto: o PT será peça fundamental na montagem do Governo. O Pros ficou muito dependente dos minutos na televisão e dos votos do Partido dos Trabalhadores. Tem ainda o imbróglio do Senado a ser resolvido que pode desarrumar o casamento pros/petista.
Como dentro do Pros existem preferências e intenções, mais não existem ainda decisões e nem vetos aos pré-candidatos, o certo é que o resultado da equação para ampliar as possibilidades de êxito do candidato governista terá que levar em conta o maior potencial de chances de vitória que o nome agregar.
Comentários
Postar um comentário