As mudanças climáticas são reconhecidas como um dos principais desafios que o mundo enfrenta no século 21. Mesmo com crescentes esforços para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, sobretudo pela queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão, gás natural) e mudanças no padrão de uso do solo (desmatamento, agricultura, urbanização), alguns impactos como, por exemplo, ondas de calor, enchentes, secas, queimadas e aumento no nível médio do mar já são perceptíveis e inevitáveis. Logo, pensar em como se adaptar a tantas mudanças é uma necessidade urgente.
Com todo esse olhar é que acontecerá, entre hoje e 16 de maio, no Hotel Vila Galé, a conferência Adaptation Futures 2014, organizada pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) no Brasil, e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente através do Programa PROVIA. O evento trará pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais de diversas áreas de países desenvolvidos e em desenvolvimento para trocas de experiências sobre os desafios e oportunidades da adaptação às mudanças de clima, bem como será uma oportunidade para compartilhar estratégias internacionais e regionais de adaptação para tomada de decisão. A conferência será a terceira edição do International Climate Change Adaptation Conference – Adaptation Futures 2014, que já aconteceu, em 2010, na Austrália e, em 2012, nos Estados Unidos.
“A nossa meta é criar uma rede de pesquisa internacional, colaborativa e criativa de pesquisadores, tomadores de decisão e profissionais interessados no tema”, declara José Marengo, chefe do CCST/INPE. “A conferência irá explorar qual o melhor caminho a seguir em um mundo onde os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais visíveis e as ações de adaptação são cada vez mais necessárias”, complementa.
A Conferência Adaptation Futures 2014 terá cinco eixos temáticos principais: Impactos das mudanças climáticas nos diferentes setores e implicações para adaptação; Relação entre adaptação e desenvolvimento para o bem-estar humano; Abordagens integradas em diferentes níveis (local até global) frente a um mundo 4oC mais quente; Adaptação ao limite em regiões que são mais vulneráveis às mudanças climáticas; e Compreendendo, avaliando e comunicando adaptação.
Sobre Regiões Áridas e Semiáridas
Já no dia 16 de maio, dando continuidade a Adaptation Futures 2014, acontecerá o Workshop Internacional de Alto Nível sobre Políticas de Seca em Regiões Áridas e Semiáridas. Para o Nordeste, a discussão é de extremo valor, pois o Semiárido do Nordeste do Brasil é, de acordo com os estudos do IPCC, uma das regiões do mundo que serão mais afetadas pelas mudanças climáticas, e já tem uma longa experiência de convivência com o fenômeno das secas, que poderá ser intensificado com as mudanças climáticas.
Nessa ocasião, pesquisadores do Brasil e do mundo terão uma oportunidade para compartilhar sua secular experiência de lidar com as secas e também de conhecer as experiências de outras partes do mundo que enfrentam o mesmo fenômeno. Além do mais, haverá oportunidade para absorver o conhecimento sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas na região, e para discussão sobre as formas de aperfeiçoar as políticas atuais de combate aos efeitos de secas para poder enfrentar eventos extremos ainda mais severos no futuro.
Comentários
Postar um comentário