O professor em Filosofia Ricardo George de Araújo Silva debaterá o tema “Política, Totalitarismo e Violência no Pensamento de Hannah Arendt”, dentro do programa Conversas Filosóficas, no próximo dia 02 (sábado), às 14 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza. O encontro tem o intuito de apresentar o conceito de Liberdade e de Totalitarismo no âmbito da política, os quais são pilares da obra da pensadora alemã. A entrada é franca.
Nesta edição do Conversas Filosóficas, o debatedor procura diferenciar conceitos tais como política e poder para a imersão na literatura da pensadora a partir da obra ”As origens do totalitarismo”.
Hannah Arendt se autodenominava cientista política, apesar de ser estudada como filósofa no pensamento contemporâneo. Defendeu o pluralismo político para potencializar a liberdade e a igualdade política entre os grupos sociais. Foi crítica da democracia representativa, propondo o sistema democrático direto. Seus trabalhos sobre a teoria do totalitarismo, a filosofia existencial e a reivindicação da discussão política livre levaram Arendt a ser uma das pensadoras mais influentes do século XX.
Para o debatedor Ricardo George, a crítica à democracia representativa é baseada na aproximação de Arendt ao republicanismo. “Hannah é a favor sim de um sistema democrático, mas, na forma representativa, tais mediações não expressam a deliberação necessária para garantir êxito na política. Em sua perspectiva, um método mais participativo seria adequado para as sociedades contemporâneas, e de fato, podemos observar isto na atualidade”.
Sobre a Teoria do Totalitarismo, ele afirma que “é o pressuposto de conceito inovador que não tem nenhuma precedência na história até Arendt. O totalitarismo se diferencia de outras formas de poder como ditadura e absolutismo pelo uso da força e descartabilidade do humano. É buscando a individualidade desse sistema que vamos abordar o trabalho de Hannah”.
Debatedor
Ricardo George de Araújo Silva. Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Mestre e Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), onde coordena o Grupo de Pesquisa em Política, Educação e Ética (GEPEDE). Editor da Revista Reflexões de Filosofia e da coleção Reflexões, que tem por objetivo oportunizar publicações na área de Ciências Humanas.
Hannah Arendt
Hannah Arendt (Hannover, Alemanha, 14 de Outubro de 1906 — New York, Estados Unidos, 4 de dezembro de 1975) foi uma filósofa política alemã que ganhou visibilidade pelo seu pensamento independente e original no âmbito da política. É considerada filósofa por suas discussões críticas em pensadores clássicos como Sócrates, Platão, Aristóteles e Santo Agostinho.
Em sua publicação “As origens do totalitarismo”, em 1951, consolidou seu prestígio como pensadora de destaque na política ocidental. Nesta obra, apresenta o totalitarismo como banalização da violência e do medo, além de analisar a manipulação das massas por meio do acriticismo da sociedade. Para a autora, Hitler e Stalin exploravam a “solidão organizada das massas”.
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