Muitas das metas anunciadas agora à tarde pela presidente Dilma Rousseff para 2015-2018 foram antecipadas para o Blog, pela manhã, pelo deputado federal eleito Odorico Monteiro-PT (foto).
Confira a entrevista que ele concedeu ao Blog, na posse de Camilo Santana (PT) como governador do Ceará, em solenidade na Assembleia Legislativa:
- Blog do Lauriberto - Foi uma boa a recondução de Artur Chioro para o Ministério da Saúde?
- Odorico Monteiro - Para nós foi sim. Quando eu estava no Ministério da Saúde e o Artur foi convidado e uma das questões que ele colocou e estava muito alinhado com a presidenta, que era um projeto de longo prazo. Para nós é muito importante, porque são as mesmas políticas iniciadas pela presidenta como o investimento importante na rede de atenção básica, no Programa Mais Médicos, o investimento na Rede Cegonha, na Rede de Urgência e Emergência, construção de UPAs e principalmente investimento grande na área de formação com criação de 11 mil novas vagas de Medicina até 2018, 12 mil vagas de residência médica. São políticas que vão dar continuidade.
- Blog do Lauriberto - O que vem para esta segunda gestão Dilma para área de Saúde?
- Odorico Monteiro - E agora vamos dar sem dúvida nenhuma a uma política importante, que é o Mais Especialidades. A permanência do ministro Artur Chioro é estabilidade de mais quatro anos de uma política que ao meu ver vem dando certo.
- Blog do Lauriberto - A Saúde está doente no Brasil?
- Odorico Monteiro - A Saúde não foi o centro do debate na eleição passada. Como regra é uma das áreas que a população avalia como uma grande demanda. Mas quando a gente colocou no debate que você avalia a Saúde não ficou aquela área mais crítica no ponto de vista da campanha. Porque, inclusive o Programa Mais Médicos, que hoje tem uma cobertura para 50 milhões de brasileiros, é uma coisa real e concreta.
- Blog do Lauriberto - Como está o Mais Médicos?
- Odorico Monteiro - Quando a gente anda o Interior, visita os municípios, quando a gente fala com a população sobre o Mais Médicos, você tem se imediato uma resposta de aceitação. A presidenta teve a coragem de fazer o Mais Médicos hoje com 15 mil médicos atendendo a população brasileira, dos quais 12 mil são médicos cubanos que estão aqui. Ela vai ter, com certeza, não só oportunidade de ampliar esse programa, como também agora outro grande desafio, porque quando você atende a população na atenção básica, uma série de demandas elas passam a serem necessárias, como o Mais Especialidade. Então o Artur Chioro vai dar continuidade a essas políticas que precisam ser aprimoradas.
- Blog do Lauriberto - Qual o outro desafio para a área da Saúde?
- Odorico Monteiro - O outro desafio que está colocado é a questão do financiamento para a Saúde. Nós temos que buscar o financiamento de Estado, porque a Saúde é uma área que tem demandas progressivas por mais recursos e hoje necessita de que no Congresso Nacional este seja um debate para que vejamos como ampliar os recursos da Saúde.
- Blog do Lauriberto - E a criação da carreira médica?
- Odorico Monteiro - É muito importante que a gente entenda que um dos princípios importantes do Sistema Único de Saúde (SUS) é a questão da criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Nesse sentido a maior parte dos municípios tem os seus planos. Há um debate, que eu, inclusive, tenho discutido isso, que é a possibilidade de você ter uma carreira nacional de base local. Porque o modelo federativo brasileiro impõe que a base da relação trabalhista está na base do sistema, que são os municípios. A municipalização da Saúde coloco isso. Só que você também tem do outro lado um conjunto. O Brasil tem 5.570 municípios. Você tem 4 mil municípios com menos de 20 mil habitantes. Esses municípios não são muitas vezes atrativos para você fazer um Plano de Cargos e Carreiras e o médico ficar lá a vida inteira, se aposentar. O filho dele vai estudar lá fora. Ele quer estudar, quer crescer na carreira. Então nós temos que entender que há uma necessidade. Não pode ser uma carreira federal, porque não tem sentido o Governo Federal colocar a pessoa para trabalhar, digamos em Catolé do Rocha, na Paraíba; que vai trabalhar em Tarrafas, no Ceará. Eu acho que nós vamos pensar num novo desenho que envolva uma carreira nacional de base local. Isso é um debate importante que nós vamos estar discutindo nos próximos anos. Eu estou totalmente aberto para discutir isso com a categoria médica. Entendo que ao pensar isso, nós temos que pensar para a equipe de saúde como um todo. Não dá para se pensar e achar que vai ter só para os médicos. Temos que pensar nos agentes de saúde, a PEC do Piso Salarial para eles. Temos na fixação da Enfermagem. Temos que pensar na carreira dos profissionais de Saúde, onde se insere o médico como uma categoria estratégica.
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