Chefes de 23 representações estaduais da CGU e outros 200 ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior (DAS) anunciaram a entrega de seus cargos e a possibilidade de paralisação nacional, durante protesto em frente à sede do órgão, em Brasília. Na ocasião, cerca de 300 servidores da Controladoria impediram a entrada do ex-ministro Fabiano Silveira, tendo em vista a divulgação de áudio em que ele orienta o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado a se defenderem na Operação Lava Jato.
A mobilização nacional, iniciada após a aprovação da Medida Provisória nº 726/2016, que extinguiu a CGU e criou o Ministério Transparência, Fiscalização e Controle, conta com representações de todo o País, que enviaram caravanas de servidores dos Estados para Brasília. Em Fortaleza, na tarde de hoje, o chefe da CGU no Ceará, Roberto Vieira, confirmou a entrega do cargo e os servidores reuniram-se em frente ao prédio da CGU, à Rua Barão de Aracati, nº 909, Aldeota, para protestar contra a permanência do ministro à frente da pasta.
De acordo o presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon-CE), Edilberto Barreto, o objetivo é mostrar para sociedade e para o próprio Governo Federal que o órgão precisa atuar de forma independente, para que os servidores tenham autonomia no combate ao desvio de recursos públicos. “É preciso que o Presidente Michel Temer reconheça a importância da CGU, responsável pela fiscalização das atividades de todo o Governo Federal, especialmente no combate à corrupção”, frisou.
Em nota ontem, o Unacon-Sindical Nacional exigiu a imediata exoneração do novo ministro da CGU. “As alterações introduzidas na Controladoria-Geral da União (CGU) tiveram por objetivo enfraquecer a atuação do órgão, com a implosão de sua identidade institucional, o esvaziamento de suas prerrogativas e a ingerência política sobre os acordos de leniência”, destaca Rudinei Marques.
Amanhã e quinta-feira, 1º e 2 de junho, os servidores da CGU realizam ato público na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para solicitar a revogação da Medida Provisória nº 726/2016, a saída do ministro Fabiano Silveira e a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição que confere mais autonomia ao órgão de fiscalização e controle.
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