"Caros da Academia Cearense de Engenharia
No último dia 11, por ocasião da homenagem póstuma prestada pela Academia Cearense de Literatura e Jornalismo a D. Yolanda Queiroz, quando tive a oportunidade de conhecer, com profundidade, a grande personalidade que foi esta admirável empresária de um dos maiores grupos empresariais do Ceará, fui convidado pelo Dr. Cid Carvalho para conceder uma entrevista no seu programa na Rádio Cidade, na próxima terça-feira, dia 16, às 12:00 horas. No referido programa, irei falar sobre a interminável e eterna discussão sobre a construção da controvertida Barragem o Castanhão e também sobre o Projeto de Integração do Rio São Francisco, cuja viabilização foi por mim resgatada em fevereiro de 1978 quando eu era Diretor de Estudos e Projetos do DNOCS, tendo aquele Departamento Federal promovido, em sua sede, em Fortaleza, um seminário sobre “Planejamento de Recursos Hídricos” que reuniu 72 técnicos de nível superior pertencentes a 21 entidades públicas e privadas de todo o Brasil, conforme consta do Boletim Técnico do DNOCS, V.36, N° 1, jan/jun, de 1978.
Sobre o referido Projeto de Transposição de Águas do Rio São Francisco, li no último dia 11, na coluna do jornalista Paulo Cesar Norões do Diário do Nordeste, o seguinte comentário: “...O problema é a ausência nesse processo do glorioso DNOCS, que tanta história e expertise tem na luta por dias melhores no semiárido nordestino –principalmente no Estado do Ceará. Tudo indica que esse lugar deverá ser ocupado pela CODEVASF. Coisas da Política”.
A propósito desse comentário do referido jornalista, à época, causou-me profunda estranheza o alijamento do DNOCS no que se refere à gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco, visto que esse empreendimento vai absorver 12 dos principais reservatórios do DNOCS, entre os quais os Açudes Orós e Banabuiú, no Ceará e Armando Ribeiro Gonçalves (em homenagem a um saudoso engenheiro do DNOCS), este último no Estado Rio Grande do Norte.
A transferência dessas ações do DNOCS para a CODEVASF ocorreu na ocasião em que o engenheiro cearense Francisco José Coelho Teixeira, em curto espaço de tempo, ocupou o cargo de Ministro da Integração Nacional, sem que tenha apresentado qualquer justificativa dessa sua decisão. Da mesma forma, admira-me ter a Presidente afastada, Dilma Rousseff, sem nenhuma discussão em torno deste assunto, tenha assinado um Decreto encaminhado pelo citado ex-Ministro passando a responsabilidade da Gestão do Projeto de Integração à CODEVASF. Já escrevi um longo artigo comparando as ações do DNOCS, em rios intermitentes, com às da CODEVASF, em rio perene, como é o caso do Rio São Francisco. No que aquela Companhia tem mais credenciais do que o DNOCS para exercer melhor o gerenciamento do mencionado Projeto de Integração?
Ante o aqui exposto, será que não vai haver, em qualquer momento, alguém de bom senso e capacidade moral e profissional, reverter o Decreto Nº 8.207, de 14/03/2014, assinada pela Presidente Dilma Rouseff nomeando a CODEVASF a entidade federal operadora do Projeto de Integração do Rio São Francisco? A meu ver, um crime que se cometeu quanto aos mais elevados e lídimos interesses de nossa Região. O que está por trás desta irresponsável decisão? Ninguém responde?
Atenciosamente, Cássio Borges".
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