Entrevista com o secretário cearense de Cultura, Francisco Auto Filho, hoje, no Plaza Suites, durante apresentação do balanço da IX Bienal Internacional do Livro do Ceará:
- Blog do Lauriberto - Secretário eu o vi comprando livro da Bienal do Livro e para nosso Blog uma das criticas feitas foi a falta de estrutura do atual Centro de Convenções Edson Queiroz. A Bienal de 2012 vai ser no novo Centro de Feiras e Eventos?
- Auto Filho - Eu não posso afirmar isso, porque eu sou secretário hoje. Amanhã, não sei. Mas no próximo Governo é o governador quem vai escolher e eu tenho certeza que ele vai escolher bem. No entanto o que eu posso dizer do que sei do Centro é que o Centro de Feiras e Eventos vai ter um espaço maior que o Anhembi, de São Paulo, que onde se realiza a Bienal Internacional do Livro lá de São Paulo. Já a nossa Bienal com aproximadamente quinhentos mil visitantes deixou claro que o Centro de Convenções já é pequeno para esse evento e para o número de pessoas que frequentam. Também no local houve um enorme problema estrutural de estacionamento. Mostrou mais uma vez isso que o problema é sério, embora que a AMC, a Guarda Municipal, Detran tenham colaborado com um plano logístico, que minimizou muito os problemas de trânsito e não houve nenhuma multa de nenhum carro, de nenhum motorista. Com o Centro de Eventos, a nossa Bienal vai se colocar entre a primeira ou a segunda do Brasil, porque o espaço que vai ser disponível combinando o Centro de Feiras e Eventos e o Centro de Convenções vai ser um espaço superior ao de São Paulo e nós temos certeza que o público vai responder bem. Vai comparecer para tornar essa Bienal cada vez um evento da maior repercussão cultural.
- Blog do Lauriberto - Qual o balanço da IX Bienal?
- Auto Filho - Nós tivemos um milhão de livros a disposição e o público em dez dias chegou a comprar quinhentos mil livros.
- Blog do Lauriberto - A frequência por hora chegou a três mil e quinhentas pessoas circulando. A frequência de alunos foi um destaque para a formação de leitores?
- Auto Filho - Uma das sigularidades da nossa Bienal, além da programação cultural que as outras não têm, é a visitação escolar. Este ano nós tivemos uma visitação escolar prevista para cinquenta mil alunos das redes pública e privada de Ensino Infantil e Fundamental; sete mil alunos da escola pública de Ensino Médio; cinco mil e quinhentos professores e ainda nós fizemos um entendimento com as escolas privadas de ensinos Médio e Fundamental e as universidades para que pudessem organizar visitas guiadas. Tivemos só na área pública um milhão e duzentos e cinquenta mil reais para alunos e professores comprarem livros. E a Rede Privada também investiu um valor alto, que ainda nós não temos este número. Estamos apurando. Mas foi um valor alto que gerou a maior venda da história das bienais do Ceará. Nós chegamos a ter uma venda de quase oito milhões de reais em dez dias. A presença da escola, das crianças e dos jovens mostra, que como dizem as pesquisas mundiais que as feiras, as bienais e as festas literárias são um instrumento poderoso na formação de leitores. E a meninada que foi lá e ganhou uma notinha legal para comprar até cinco livros saiu de lá encantada e eu tenho certeza que calou fundo nos coração dela, na sensibilidade, a importância do livro, que sem dúvidas, nós vamos ganhar muitos leitores no futuro.
- Blog do Lauriberto - Quais os planos da Secretaria de Cultura até trinta e um de dezembro de dois mil e dez? Os cento e oitenta e quatro municípios cearenses já têm suas bibliotecas?
- Auto Filho - O nosso programa Biblioteca Cidadã cumpriu a meta principal que era zerar o número de municípios sem bibliotecas. Hoje, o Ceará tem cento e noventa e duas bibliotecas públicas municipais nos cento e oitenta e quatro municípios. Com acervos novos. Da melhor qualidade. O que é que falta cumprir? Nós não conseguimos atingir a meta de aquisição de três milhões e quinhentos mil livros por causa da burocracia. A burocracia legal não nos deu tempo hábil para fazer esta compra. Tenho certeza que no próximo Governo, o governado Cid Gomes, se reeleito, vai não só cobrir esta meta, mas ampliar. Nossa proposta para o próximo Governo, vamos deixar para o próximo Governo, é de que nós temos que criar mais cinco sistemas de biblioteca. O Sistema de Biblioteca Públicas Municipais está criado. O Sistema de Bibliotecas Escolares está criado, mas precisa se modernizado e ampliado. O Sistema de Bibliotecas Comunitárias, para criar quinhentas Bibliotecas Comunitárias em distritos das pequenas cidades e em bairros das grandes cidades. O Sistema de Bibliotecas Temáticas. O Sistema de Bibliotecas Empresariais. E o Sistema de Bibliotecas Setoriais, que são de praias, de restaurantes e de hotel. Com esses seis sistemas nós poderemos chegar a um acervo de doze milhões de livros para uma população do Estado de oito milhões e quatrocentos mil habitantes. Claro que nós não poderemos fechar esse acervo de doze milhões em quatro anos. A experiência mostrou a dificuldade de comprar, de licitação, de pregão eletrônico, de registro de preço, de disputa entre as empresas na Justiça, que atrasa muito as coisas. Mas em dez anos é possível ter este acervo de doze milhões e em mais dez anos nós teremos uma Revolução Cultural no Ceará provocada pelos livros, como houve essa revolução nos Estados Unidos, como na França, como houve na Suécia, enfim como houve nos países que universalizaram o sistema de bibliotecas públicas. E o governador Cid Gomes é o maior entusiasta disso. Foi ele quem levantou esta bandeira e que foi por causa do entusiasmo dele que eu aceitei o convite de ser o gestor dessa ideia que ele elaborou com tanto carinho e que eu tenho certeza que ele vai dar prosseguimento no seu próximo possível governo.
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