Caramelo Comunicação - "Tornar a preservação do patrimônio público uma preocupação para além da manutenção de prédios históricos, mas sim de valorização e registro da cultura local com relação direta sobre o cotidiano das pessoas e o desenvolvimento da cidade. É esta a proposta do Seminário Patrimônio e Desenvolvimento, que acontece no município de Quixeramobim, a 206 km de Fortaleza, durante os dias 11 e 12 de novembro, no Hotel Veredas e na Casa Antônio Conselheiro. O evento é uma realização da Superintendência Estadual do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) e da ONG Iphanaq.
A programação, que tem como palco a terra de Antônio Conselheiro, líder político e religioso que fez história em Canudos, se caracteriza pela multiplicidade, com a realização de debates e oficinas, apresentações de teatro e música, exposições e exibições de filmes, além de caminhada pelo centro de Quixeramobim.
O Seminário e as realizações que o acompanham são ações da ONG Iphanaq dentro previstas no Termo de Ajuste e Conduta (TAC) firmado pelo Iphan Ceará referente a alterações sem regulação no Casarão e Senzala dos Escravos (Casa do Zé Felício). O prédio agora passa por um processo de revitalização e o seminário pontua este momento, ampliando o debate sobre a preservação cultural em outras frentes, como o combate à poluição visual e a criação de uma política de fomento à cultura.
Programação Cultural - Além dos debates das noites dos dias 11 e 12, sempre às 19 horas, consta do Seminário a exibição de três documentários produzidos no município por alunos de escolas públicas sob a orientação do professor de vídeo e diretor da ONG Alpendre, Alexandre Veras.
A produção audiovisual segue a linha que norteia o trabalho do Ponto de Cultura Patrimônio Vivo, de responsabilidade da ONG Iphanaq, de valorização da cultura local a partir de experiências do cotidiano. Os temas abordados são os seguintes: (1) a relação dos moradores com a Ponte Metálica de Quixeramobim, símbolo histórico e físico da divisão entre o Centro e a Periferia da cidade; (2) as apresentações de Reisado, de forte tradição popular; (3) e o forró do Clube da Coelce, localizado próximo da grande movimentação em torno do clube de mesmo nome.
O público poderá acompanhar ainda o desempenho do ator mineiro José Maria Gonçalves, do Grupo Caminhos do Sertão. Ele virá ao Ceará exclusivamente para o Seminário com o intuito de promover o intercâmbio cultural entre Quixeramobim e Cordisburgo, berço de um dos maiores escritores brasileiros, Guimarães Rosa. A performance do ator está marcada para a noite da quinta-feira, dia 11.
Nas tardes de quinta e sexta, entre 14 e 17 horas, haverá ainda a Oficina Sertões e Intervenções Artísticas, conduzida pelo psicanalista Osvaldo Costa e integrantes da ONG Iphanaq. As inscrições podem ser feitas através do email iphanaq@gmail.com ou no local.
Completa a programação cultural a Exposição Traços do Patrimônio, de Clewton Nascimento. A mostra traz quadros com desenhos do patrimônio edificado do Estado, como a Casa de Câmara e Cadeia, tombada como patrimônio da União, Igrejas e a Igreja Matriz e Barragem da cidade. O artista usa as técnicas de grafite sobre papel canson e esferográfica ponta porosa sobre papel sulfite.
Caminhada - Na manhã do dia 12, às 8 horas, haverá uma caminhada pelo Centro de Quixeramobim, com o objetivo de mobilizar moradores e poder público para discutir dispositivos urbanos, como um novo plano diretor, além de questões ligadas à qualidade de vida diante de problemas como a poluição visual e sonora no município.
Lançamento de Produtos - O desfecho do evento será marcado pelo lançamento de produtos viabilizados com recursos do TAC, como bolsas ecológicas com estampas que trazem imagens de prédios públicos e o lançamento do CD Rabeca Pereira, primeiro disco da Coleção Memória Musical Iphanaq.
O CD reúne 15 faixas musicais misturando frevos, xotes, mazurkas, carnaval, rancheiras, sambas e forrós, alternando a rabeca e a voz de Luiz Pereira Barros Filho, de 75 anos, um artista da experiência nascido em Quixeramobim. Filho de agricultores, após ter contato com o instrumento dentro de casa, através do pai e de um irmão, Luiz Pereira resolve fazer em 1958 sua primeira rabeca e daí não parou mais de compor.
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