Os secretários e prefeitos da Paraíba e Alagoas se rebelaram, hoje, em Fortaleza, durante a reunião Diálogos Federativos promovida pelos Ministérios do Planejamento e da Integração Nacional que debate o Plano Plurianual do Governo Dilma Rousseff. "Temos que negar esta concentração de investimentos no Ceará, Pernambuco e Bahia. Os outros estados nordestinos precisam crescer também. Se for preciso vamos colocar outro Nego na nossa bandeira", reclamou o secretário de planejamento da Paraíba, Gustavo Nogueira.
O secretário adjunto de Planejamento de Alagoas, Francisco Cândido, reforçou o discurso de Nogueira afirmando que "o PPA não fique só no Ceará, Pernambuco e Bahia, pois ai os indicadores são puxados para baixo e dificulta ainda mais a luta do Nordeste. temos que pegar as potencialidades dos outros estados nordestinos".
O presidente da Federação dos Prefeitos da Paraíba, Buda Germano, prefeito de Picuí, salientou que a luta dos municípios é grande porque "90% das cidades paraibanas, por exemplo, têm menos de 20 mil habitantes e os planos só beneficiam quem tem mais de 20 mil. Temos também que carrear recursos para estes municípios fazendo novos planejamentos e não ter superexposição de programas na Bahia, Ceará e Pernambuco".
O coordenador dos secretários de Planejamento do Brasil, Zezeu Ribeiro, afirma que o PPA já está atendendo esta desconcentração. "Esses já são mecanismos nesse sentido. Políticas têm que ser efetivadas. Agora isso não é Bahia, Pernambuco e Ceará. Isso é Salvador, Recife e Fortaleza. São esses três municípios e suas regiões metropolitanas que concentram efetivamente". Para Zezeu isso "é fruto de um processo histórico de concentração de riqueza que nós vivenciamos na Bahia, por exemplo. agora nós tivemos a oportunidade de implantação da Ferrovia Oeste-Leste, não levá-la para a Baia de Todos os Santos. E criar um novo polo de desenvolvimento que é em Ilheús. Exatamente para fazer esta desconcentração". Zezeu prega que "é necessário que tenham políticas estaduais, regionais e nacionais de desconcentração" e cita um exemplo: "A Petrobras em vez de reforçar a produção e os refino nas áreas onde já tinha instalações feitas, ela buscou fazer uma em Pernambuco, mais uma no Rio Grande do Norte, uma no Maranhão, para poder distribuir a riqueza. então essa é uma política nacional de caráter regional importante levada por uma empresa pública. Assim como as Petrobras, outras tantas devem seguir".
Segundo Zezeu "se tem que ser feitos os estaleiros, eles estão sendo feitos dessa mesmo forma da Petrobras. Buscando desconcentrar. Acho com isso ai a gente vai construindo um país melhor".
O secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, Eduado Diogo, afirma que a grita da Paraíba e Alagoas é normal: "cada Estado tem que obviamente lutar para que possa diminuir suas desigualdades. E possa efetivamente prover a sociedade de uma maior gama de serviços públicos possível. Então é esse o desafio de cada Governo". (Lauriberto Braga, especial para Política Real).
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