O setor de móveis do Nordeste teve aumento de 11% nas vendas em 2013, em relação a 2012. O dado, a partir do estudo Mercado Potencial de Móveis, elaborado pelo IEMI Inteligência de Mercado, indica que a região já é a segunda em consumo do setor, perdendo
apenas para a região Sudeste. O aumento, que supera a média nacional de crescimento do país ( 5% por ano), decorre principalmente do crescimento de consumo por parte das classes B e C, registrando este público o aumento de 55% a mais nas vendas no mercado moveleiro do Brasil, no ano passado.
Nesse contexto, o Ceará aparece entre os três primeiros produtores do Nordeste, empatando com a Bahia e Pernambuco. Segundo Geraldo Osterno Júnior, presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário do Estado do Ceará (Sindmóveis), além da melhora do poder aquisitivo das classes B e C, outro fator que apresenta relação direta com esse crescimento é o forte aquecimento da indústria da construção civil. "Como as pessoas estão comprando mais imóveis, também estão trocando a parte de mobiliário", ressalta.
O Ceará ganha destaque nesse mercado por ter em seus quatro principais polos de produção (Fortaleza, Marco, Jaguaribe e Iguatu), situações bem diferenciadas. No caso de Marco, cita, os móveis são mais voltados à linha de decoração, atingindo principalmente as classes A e B. Já em Jaguaribe e Iguatu, a produção é mais direcionada as classes média e baixa. Já em Fortaleza, diz Osterno, há fábricas produzindo para todo tipo de público e os gostos são bem variados.
Em relação ainda ao setor da construção civil, Geraldo Osterno associa também o crescimento da venda de móveis novos, do que com a recomposição dos usados. Outra justificativa para o bom aproveitamento da produção local, diz respeito a popularização do design (com preocupações de multifuncionalidades, de desenvolver um produto diferente para atender os setores mais baixos), indicando que o design acessível também é uma das causas do crescimento do mercado de móveis.
Os bons números das vendas no Nordeste, todavia, precisam ser vistos por outro ângulo, destaca Geraldo Osterno. Segundo ele, muitas empresas do sul e sudeste estão atuando fortemente no mercado, tirando uma boa fatia das empresas locais. No Ceará, por exemplo, diz o presidente do Sindicato, cerca de 80% do consumo de móveis é abocanhado por empresas de fora, em detrimento da produção local. "E isso não tem nenhuma relação com a questão da qualidade, porque as grandes redes hoteleiras de Fortaleza compram daqui".
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